Hoje, chorei.
Chorei por alguns pares de números. Apenas três deles, se pedem-me especificidade.
Pensei em desistir. Horas, dias, meses depois.
Deixei que as lágrimas manchassem meu rosto, na incerteza do manhã.
Na incerteza dos números contados, centavo por centavo.
Chorei pela falta dele. Na passagem do ônibus, no vale alimentação, na carteira.
Me rendi a vontade de abandonar uma realidade que nunca fez questão de ser minha, mas que agarrei com a mais utópica força.
Hoje, voltei a escrever. Algumas palavras vazias de um coração inquieto, palpitoso.
Afinal, o mundo lá fora não fez questão de ouvi-las.
Hoje, ouvi minha família brigar por um salário que nunca foi digno de se viver.
Da venda de uma força, que deveria ser da vida.
Na esperança, que algum dia, exista chão para descansar.
Alguns metros, algum pedaço de terra batida.
Uma espécie de cansaço, de quem da vida tem pouco a receber e muito (pouco) para se tomar.
Uma fadiga interminável, de um espaço vazio na carteira de trabalho, no documento de posses do cartório, nos níveis de endorfina.
Chorei por esconder quem sou. Chorei por ter vergonha de admitir que os dez reais na carteira precisam durar até o fim da semana, e quem sabe, até o fim do mês.
No desespero de encontrar uma vaga, na peça de teatro da vida.
Em um futuro cheio de utopias, vago e silencioso.
De não ser capaz de quebrar a corrente.
De desistir de lutar.
Chorei por alguns pares de números. Apenas três deles, se pedem-me especificidade.
Pensei em desistir. Horas, dias, meses depois.
Deixei que as lágrimas manchassem meu rosto, na incerteza do manhã.
Na incerteza dos números contados, centavo por centavo.
Chorei pela falta dele. Na passagem do ônibus, no vale alimentação, na carteira.
Me rendi a vontade de abandonar uma realidade que nunca fez questão de ser minha, mas que agarrei com a mais utópica força.
Hoje, voltei a escrever. Algumas palavras vazias de um coração inquieto, palpitoso.
Afinal, o mundo lá fora não fez questão de ouvi-las.
Hoje, ouvi minha família brigar por um salário que nunca foi digno de se viver.
Da venda de uma força, que deveria ser da vida.
Na esperança, que algum dia, exista chão para descansar.
Alguns metros, algum pedaço de terra batida.
Uma espécie de cansaço, de quem da vida tem pouco a receber e muito (pouco) para se tomar.
Uma fadiga interminável, de um espaço vazio na carteira de trabalho, no documento de posses do cartório, nos níveis de endorfina.
Chorei por esconder quem sou. Chorei por ter vergonha de admitir que os dez reais na carteira precisam durar até o fim da semana, e quem sabe, até o fim do mês.
No desespero de encontrar uma vaga, na peça de teatro da vida.
Em um futuro cheio de utopias, vago e silencioso.
De não ser capaz de quebrar a corrente.
De desistir de lutar.